segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A História de um grande amor...


Eu vou contar pra vocês,
a história de um grande amor...
Não uma tarde qualquer,
de um dia qualquer,
num lugar qualquer.
Ele andava pelas ruas com frio,
na verdade sem rumo,
andando pra qualquer canto,
pra qualquer direção...
Pegou um cigarro no bolso da calça que um dia já havia sido social, e que hoje era o tipo descolada e surrada demais pra ser usar em qualquer lugar social...
Colocou na boca muito vermelha e um tanto ferida pelo frio, segurou entre os lábios,
pegou o isqueiro no outro bolso, um "bic" preto,
acendeu,
tragou a fumaça pra dentro de si profunda e lentamente, como um beijo quente na amante querida.
Terminou de tragar,
fechou os olhos, sentiu a fumaça agindo em seus orgãos,
abriu os olhos,
olhou pro céu,
soltou a fumaça tentando contagiar e pintar todo o mundo que havia em sua volta com a fumaça branca.
Continuou a caminhada...
Ele pensava " já não será muito tarde?", " já não terá passado da hora de encontrar?"
"será que realmente existe essa tal coisa de amor pra cada um no mundo?".
Oras, ele nunca havia sido uma pessoa que realmente demonstrasse querer amar, talvez só fosse visível a ele mesmo a necessidade que tinha de companhia e carinho incondicional...
Passou a mão no corrimão, pensou em quantos milhões de mãos já haviam segurado naquele mesmo espaço de matéria...
Ela tinha segurado ali mais cedo...
Pensativa, quase dexistente...
Pensou em ir embora, pra sempre, não aguentava mais tudo aquilo,
não sozinha,
já tinha esperado tempo demais por ajuda,
A vida é difícil e pesada demais pra ser carregada sozinha!
Com certeza ele não existia!
Aquele cara, que não se importava com as roupas que usava, porque nele isso não importava...
Aquele cara que pensava nela sem saber que ela existia,
Aquele que falaram pra ela que existe pelo menos um no mundo pra cada ser humano...
Aquele que era capaz de sentir, simplesmente sentir...
Sentir a dor lentamente e se encantar, como ela já tinha dexistido de fazer,
aquele que sentia sua mão no corrimão depois de ela já ter ido...
Aquele que era a única coisa que restava pra ela...
Que ela pensava que não existia,
Que a ausência fez ela ir embora...
Aquele que ela nunca ia conhecer.
Aquele que podia fazer ela se sentir dentro dele , igual a fumaça do cigarro, e ela ia acalmá-lo e acariciá-lo de toda forma que pudesse, igual a fumaça do cigarro, aquela cuja ausência seria capaz de matá-lo,
igual a fumaça do cigarro...

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