Tá legal,
Tinha um homem andando pela rua de terno e gravata.
Era uma rua simples, com casas simples, com pessoas simples...
Estava sol, muito sol, um sol daqueles que parece castigo.
E o homem andava, sozinho, indo em direção ao nada. O rumo que ele tomava não levava a outra cidade, não levava a algum predio, não terminava em alguma pessoa...
do lado direito da rua, tinha uma menininha, de cabelos longos e pretos, vestida com uma bermuda azul clara e uma camiseta bem larga pro seu tamanho, branca. Ela chorava, chorava tanto que soluçava, chorava tanto que sua face estava já desfigurada, inchada. Estava jogada na soleira da porta...
O homem continuava a andar, parecia não ver mais nada.
Mas começava a suar...
Podia-se ver as gotas de suor descendo por sua fronte branca, esquisita...
O óculos começava a escorregar, e ele começava a perder sua pose diante do calor.
Já não andava tão rápido, começava a respirar com mais dificuldade, e a cada passo suava mais...
A menina chorava, como nunca se viu, lágrimas saíam dos olhos e até das narinas...
O homem parou...
Caiu...
Sujou o chão com o suor, os olhos azuis arregalados...
A menina foi até ele, chorando menos agora, curiosa...
O virou... ele não se mexeu... Ela colocou a mão em seu bolso, pegou seu lenço, enxugou o proprio rosto, assoou seu pequeno nariz, colocou o lenço na mão do homem imóvel...
Agaxou novamente, incarou a face do caído... por cerca de cinco minutos...
Tirou seu chapéu, molhado de suor, colocou sobre seus cabelos negros, e com os pés descalços começou a andar rumo ao nada, em direção nenhuma...
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